"Os automatismos tornam o corpo escravo de si próprio, dócil. O corpo dócil é um corpo não emancipado, que se submete a uma hierarquização, que aceita a padronização como a melhor forma para adquirir conhecimento, que luta contra o tempo, tentando cumprir o tempo ao invés de explorar as suas acções no tempo e os seus limites, é um corpo resignado que aceita que a primeira, e muitas vezes a única, acção possível seja bater pala, cumprir a função. (...) A tendência do Homem, enquanto actor social, é ser um corpo dócil e o mesmo acontece muitas vezes com os intérpretes na sua busca por uma técnica." In Momentos-precipício: Uma teoria sobre a potência das acções, de Mónica Kahlo.